terça-feira, 13 de julho de 2010

O Amor e a Amizade...

O amor não se rouba nem se compra. Não há amor verdadeiro, e portanto feliz, senão entre pessoas que dispõem livremente de si próprias para se darem à outra.

O amor é inseparável da morte. Sabes que amas porque te esqueces de que existes; porque morreste para ti mesma, para viveres naqueles que amas. Se eles estiverem bem, então tu estás bem, ainda que estejas mal. Amar é dares-te. É não pensares em ti. É não quereres saber dos teus gostos, do teu bem-estar, do teu descanso, dos teus projectos, do teu futuro, por andares muito ocupada em construir aqueles que te rodeiam. É veres nessa morte para ti mesma o sentido e a plenitude da tua existência. Quanto mais deres de ti, quanto mais te doer o teu amor, mais alegria terás. E mais paz. Porque amas mais.
Amor e desejo são coisas diferentes. Nem tudo o que se ama se deseja e nem tudo o que se deseja se ama.
O amor é a ocasião única de amadurecer, de tomar forma, de nos tornarmos um mundo para o ser amado. É uma alta exigência, uma ambição sem limites, que faz daquele que ama um eleito solicitado pelos mais vastos horizontes.

Amigo mesmo é aquele que sabe o pior a teu respeito e assim mesmo continua a gostar de ti. Os novos amigos que criamos, depois de certa idade, e pelos quais procuramos substituir aqueles que perdemos, estão para os nossos velhos amigos, como os olhos de vidro, os dentes postiços e as pernas de pau estão para os verdadeiros olhos, para os dentes naturais e para as pernas de carne e osso. As pessoas realmente ligadas não precisam de ligação física. Quando se reencontram, mesmo depois de muitos anos afastados, sua amizade é tão forte quanto sempre.